Vamos brincar de faz de conta?
Estimular a criança a brincar de faz de conta é uma forma de estimular sua imaginação e linguagem
Estimular a criança a brincar de faz de conta é uma forma de estimular sua imaginação e linguagem
Você já tentou amarrar uma toalha nas costas de uma criança para que ela finja ser um super-herói? Após o primeiro ano de idade, o bebê começa a se interessar pelos jogos simbólicos e de faz de conta, positivos mesmo a longo prazo.
A brincadeira de faz de conta, como todo jogo simbólico, utiliza símbolos para representar outras coisas, como fingir que uma colher é uma escova de cabelo ou um microfone. Além de estimular a imaginação, o pensamento simbólico também é necessário para a linguagem, pois nossas palavras representam nossos pensamentos e ideias. Portanto, o ato de brincar de faz de conta e de se comunicar envolvem a mesma capacidade de representar algo simbolicamente.
Assim, quando os bebês começam a brincar de faz de conta, sua linguagem oral também se desenvolve e as primeiras palavrinhas vêm à tona.
Veja alguns motivos para encorajar a brincadeira de faz de conta:
A partir dos 12 meses, os bebês já estão aptos a fazer algumas brincadeiras simples de faz de conta, como fingir comer, beber ou dormir. Eles tendem a usar brinquedos que pareçam bastante realistas, como uma colher de brinquedo ou objetos de verdade, como uma colher real.
Um pouquinho mais tarde, por volta dos 18 meses, as crianças realizam ações simples de simulação em brinquedos ou pessoas, como alimentar uma boneca com um garfo de brinquedo ou fazer um avião de brincadeira “voar”. Elas também imitam as ações dos adultos, como fingir falar em um telefone.
Mais tarde, no segundo ano de idade, as crianças estão aprendendo a combinar palavras para formar pequenas frases. Nesse estágio, podem representar uma série de ações relacionadas a uma rotina familiar, como comer ou ir para a cama. O pequeno pode, por exemplo, colocar um pouco de leite em uma tigela e fingir alimentar uma boneca ou fazer de conta que uma bola de plástico é uma fruta.
Já a partir dos três anos, começam a protagonizar cenas menos familiares, como fingir ser um garçom ou médico. Elas também podem utilizar objetos que se assemelham cada vez menos ao reais, como fingir que um bloco é um caminhão a caminho do depósito.
Fique frente a frente com a criança, para que se sinta conectada com você e possa ver suas expressões faciais, gestos e ações enquanto atua:
Ofereça alguns brinquedos e veja quais atraem seu interesse. Se pegar um telefone de brinquedo, brinque com ele. Se empurrar um caminhãozinho, faça o mesmo. Por outro lado, não ofereça vários brinquedos de uma vez:
Se o seu filho ainda não souber como brincar de faz de conta, comece a brincadeira e mostre como se faz. Pegue um brinquedo que ele goste e faça uma ação simples para dar a ideia:
Imite as ações de faz de conta da sua criança, pois isso provavelmente motivará seu filho a fazer outras ações. Eventualmente, você pode tentar introduzir uma nova ação relacionada ao jogo:
Mantenha a simplicidade. Não há necessidade de introduzir muitas novas ideias fingidas de uma só vez. As crianças adoram a repetição e aprendem com ela, então provavelmente gostarão de praticar qualquer cena de novo e de novo. Entrar no jogo é importante e dá ao pequeno mais chances de aprender:
Introduza novas ideias e experiências. Aos pouquinhos, vá encorajando novos temas para a brincadeira e, sempre que surgir uma oportunidade, exponha-o a novos cenários que possam render novos faz de conta, como passear no parque ou ler um livrinho.
Além de divertidas, as brincadeiras de faz de conta vividas na infância têm impacto na vida cotidiana e no futuro. Os adultos usam constantemente sua imaginação para visualizar e resolver problemas, desfrutar de livros e filmes, entender os pontos de vista de outras pessoas, fazer planos, pensar criativamente e assim por diante. Portanto, usar a imaginação é uma habilidade cognitiva importante e que deve ser encorajada ainda na infância.
The Hanen Centre – “The Land of Make Believe: How and Why to Encourage Pretend Play”, Universidade de Oxford/Oxford Scholarship Online – “Make-Believe Play: Wellspring for Development of Self-Regulation”