Crianças passam quase um quarto do ano grudadas em telas

"Meu filho fica muito no celular. Será que isso é ruim?" Essa é uma dúvida frequente de muitos pais, principalmente depois da pandemia, já que o uso das telas cresceu.

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Em vez de brincar, estimular o corpo e desenvolver habilidades cognitivas, elas ficam, em média, 70 dias coladas nos gadgets

 

(texto - até 500 palavras)

Restaurantes, e até praças de alimentação, são um dos lugares mais comuns para presenciar crianças hipnotizadas por telas enquanto os adultos curtem um momento para eles. Esse fenômeno de crianças hiperconectadas não é novo, mas tem crescido e preocupado especialistas ao redor do mundo.

Já faz tempo que pediatras e psicólogos defendem mais moderação com os meios eletrônicos na primeira infância. Basta uma pesquisa para encontrar milhares de evidências científicas e repercussões negativas sobre o uso excessivo de telas.

Um dos principais problemas, segundo os especialistas, é que a longa exposição aos aparelhos eletrônicos refletem diretamente na socialização das crianças, visto que elas ficam hipnotizadas pelo aparelho e sem interação com o ambiente.

Essa atitude viciante também está relacionada às dificuldades e atrasos na fala, já que o processo de começar a falar vem da necessidade de se comunicar e de obter coisas. Uma vez que a interação da criança com o objeto se faz por uma via de mão única, como desenhos em tablets, em que a criança não precisa interagir de forma alguma, ela vai demorar a despertar para a necessidade de falar.

Além disso, existem outros problemas relacionados à longa exposição das crianças às telas:

- Baixa socialização

- Problemas cognitivos/atraso mental

- Dificuldades e atrasos na fala

- Insônia e irritabilidade

- Problemas na visão

É sabido que a maioria das escolas já adotou a tecnologia como ferramenta pedagógica, o que certamente tem suas vantagens. O problema acontece no abuso do uso dos gadgets para fins recreativos ou naqueles momentos de irritação em que a criança não sossega um minuto e os pais precisam de um respiro.

Alguns estudiosos já utilizam o termo ":chupeta digital": para o uso infantil de tablets e smartphones, mas não podemos esquecer que o papel de administrar a exposição infantil às telas continua sendo responsabilidade dos pais.

“Crianças não estão no mercado de trabalho nem dependem socialmente da internet. Vai do educador presente fazer valer essa distinção e deixá-la off, incentivando também outras atividades”, comenta Andrea Jotta, pesquisadora da PUC-SP.

Para guiar os pais nessa hora dramática, a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta um limite de acordo com as idades e as etapas do desenvolvimento:

- Até 2 anos: nada de telas. A exposição pode atrapalhar e atrasar processos mentais e cognitivos, como a aquisição da linguagem.

- De 2 a 5 anos: uma hora por dia, no máximo, sempre sob supervisão familiar.

- De 6 a 10 anos: até duas horas por dia.

- De 11 a 18 anos: três horas por dia, no máximo.

E aí, como anda a utilização das telas na sua casa?

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